A polícia civil de Blumenau cumpriu mandados de busca e apreensão contra a empresa Botmoney, de sócios, procuradores e colaboradores nesta sexta-feira (8). A investigação teve início a partir da notícia de que investidores teriam perdido todo o capital aportado na empresa.
Segundo a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau, a estimativa é de que, à época, havia aproximadamente 1.400 pessoas investindo pela plataforma da BOTMONEY. O trabalho foi cooperado entre a DIC e o Núcleo de Inteligência da 3ª Delegacia Regional de Polícia, a 1ª Delegacia Regional de Goiânia, e as delegacias de Campinas, Barueri e São Paulo.
Segundo apurado, a Botmoney disponibilizava um software de automação de criptomoedas, por meio de plataforma digital própria, mediante o pagamento de assinatura no valor de R$ 69,90. Mais tarde, a empresa criou um Token (USDX) e todo o dinheiro dos investidores foi convertido em USDX (moeda digital).
Só que esse Token criado pela Botmoney não possuía liquidez fora da plataforma da empresa, nem era possível convertê-lo em real ou dólar, apontam os investigadores. A Botmoney ainda criou o grupo ATOM e o banco AX BANK para permitir a troca da moeda digital (USDX), mas isso dependia de algum investidor entrar na plataforma da empresa para adquiri-la (típica pirâmide financeira).
Sem liquidez e sem interessados, os investidores perderam todo o dinheiro aportado na empresa Botmoney, diz a polícia. Ainda, de acordo com as vítimas, a Botmoney prometia aos investidores retornos mensais entre 5% e 10%.
A investigação apurou também que, entre 30 de outubro de 2020 e 31 de março de 2021, a empresa Botmoney e seus representantes movimentaram mais de 10 milhões de reais. O Judiciário ainda determinou o bloqueio e sequestro de contas bancárias de 21 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas.
As buscas ocorreram em Gaspar, Blumenau e Balneário Camboriú. Em Goiânia/GO, São Paulo/SP, Campinas/SP e BARUERI/SP também houve cumprimento de medidas judiciais.
O principal responsável pela empresa Botmoney, Uilian Pereira Soares da Silva, foi localizado no bairro Nova Suíça, cidade de Goiânia/GO. A prisão de Uilian e de outros investigados foi negada pelo Poder Judiciário. As pessoas investigadas serão interrogadas, as diligências serão concluídas e o inquérito policial será remetido ao Poder Judiciário, explica a polícia civil.
