A disputa política para a eleição de 2024 em Timbó ainda está longe de ter um desenho definido, mas já iniciou o ano com movimentações entre alguns nomes considerados ‘pesos pesados’ do cenário local. Os principais pré-candidatos cogitados até o momento possuem algo em comum: todos pertencem ou pertenceram recentemente ao mesmo ninho político, ou seja, o grupo que originalmente começou a governar a cidade em 2008 e é responsável pela gestão até hoje, apesar das rupturas ocorridas no período.
As articulações seguem com mais intensidade até o dia 6 de abril, data limite para filiações de quem deseja disputar o pleito municipal deste ano. O prazo vale tanto para futuros candidatos a prefeito/a como para vereador/a. E é a formação de chapa para o legislativo que se torna um combustível imprescindível para quem almeja disputar um cargo majoritário.
Alguns pré-candidatos declarados que estão se movimentando
Apesar de a nossa apuração ter levantado quatro pré-candidatos que no momento se movimentam de forma mais intensa para se cacifar a cabeça de chapa neste ano em Timbó, ainda há nomes que podem surgir como ‘surpresas’ no tabuleiro eleitoral. Da mesma forma, alguns mais incrédulos nos bastidores políticos não apostam no lançamento dos quatro nomes, entendendo que podem ocorrer desistências.
Conversamos com o vereador Flávio Buzzi (PL), o vice-prefeito Guilherme Voigt Junior, o Tutti (PSDB) e o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Márcio Elisio (Novo). Todos confirmaram a sua intenção de entrar na disputa pela candidatura majoritária. O vereador Douglas Marchetti (Podemos) não retornou ao nosso contato, mas colegas de partido confirmam que a pré-candidatura está firme no jogo.
Douglas Marchetti (Podemos): vereador com três mandatos, elegendo-se em duas oportunidades pelo PP, partido do atual prefeito Jorge Krüger. Douglas fazia parte do grupo político do ex-prefeito e ex-deputado Laércio Schuster, hoje no PL e pré-candidato à prefeitura de Indaial. Uma divergência sobre quem seria o cabeça de chapa nas eleições de 2020 fez Douglas e seu grupo se afastarem do atual prefeito Jorge Krüger. Sente que chegou a sua vez de ser o candidato. Apesar do rompimento com o grupo político do governo atual, seu eleitorado principal ainda pertence a esse espectro. Para disputar com mais chances, precisaria buscar outros apoios, inclusive no eleitorado mais progressista da cidade.
Flávio Buzzi (PL): vereador de primeiro mandato, eleito pelo PSD e recém-filiado ao partido do governador Jorginho Mello. Deve contar com apoio relevante de boa parte do meio empresarial da cidade, além de seu grupo apostar que a eleição local possa nacionalizar o debate, angariando simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido. Localmente conta com o apoio do ex candidato a prefeito na eleição de 2020, Jean Schütz. Pesa a seu favor a sua facilidade de articulação com os diversos segmentos sociais, com a mídia e as redes sociais. O que pode surgir como negativo, na avaliação dos bastidores, é um vínculo histórico menor que possui com o município, principalmente se o fator local pesar mais do que o nacional.
Guilherme Voigt Junior – Tutti (PSDB): atual vice-prefeito e ex-vereador. Evangélico, poderia ter apoio considerável deste segmento do eleitorado. Quando assumiu como vice, sempre se auto declarou futuro pré-candidato a prefeito, mas o desenho político na cidade foi se alterando e dificultando mais o espaço para Tutti. Nas conversas que vem mantendo, não descarta uma mudança para o PP do atual prefeito, caso o partido viesse a lhe declarar apoio como candidato da situação. Certamente, é a pré-candidatura com mais obstáculos a enfrentar para se consolidar. Será muito difícil que a mantenha sem o apoio formal de Jorge Krüger.
Márcio Elisio (Novo): presidente da Fundação Municipal de Esportes e referência no setor já de longa data. Colocou seu nome na rua como pré-candidato mais cedo até do que os concorrentes. Aposta no apoio do atual prefeito para ser o candidato oficial da situação. Apesar de não ter se elegido vereador no último pleito (algo que os adversários certamente irão lembrar durante a disputa), é o mais experiente na gestão pública. E esse parece ser o diferencial com que irá trabalhar. No entanto, não esteve à frente de uma pasta badalada, como saúde, educação ou obras, para receber um apelo popular maior. Mas se apoiará nas conquistas que o município teve na área de esportes, tanto em obras físicas como em competições.
Mesmo que esses sejam, neste exato momento, os nomes mais comentados no cenário pré-eleitoral de Timbó, ainda podem surgir ‘surpresas’ logo após o prazo final de filiações, em abril. O secretário de saúde, Alfredo Berri, o Alfredinho (PP) acaba de transferir seu domicílio eleitoral de Rio dos Cedros para Timbó. Já há especulações de que seu nome poderia entrar no páreo, seja para prefeito ou vice.
Mesmo sendo morador da cidade vizinha há muito tempo, Alfredinho sempre gozou de boa popularidade em Timbó. Não possui a mesma imagem de marketing que os outros quatro pré-candidatos, mas tem uma identidade considerada “raiz”, do tipo que atende cada cidadão um a um. É um nome que pode se destacar ou pelo menos provocar uma sombra em outras pré-candidaturas.
Da mesma forma, ainda há dúvidas se surgirá um nome mais ligado aos movimentos de esquerda no município ou se estes acabarão apoiando outra candidatura quando o pleito iniciar. De um certo modo, foi isso que ocorreu em 2020, já que anteriormente os nomes do campo progressista estavam juntos às chapas vencedoras, casos de Darcízio Bona, na época pelo PT, e Marcelo Ferrari, pelo PSB.
Por enquanto, o PT apresentou o nome do professor Caleb Clarindo, como pré-candidato. Ele conta com o apoio da deputada federal Ana Paula Lima (PT) e espera colar na imagem do presidente Lula.
Há muita coisa para acontecer nesse tabuleiro pré-eleitoral em Timbó. Sabe-se que o prefeito Jorge Krüger tem em mãos uma pesquisa eleitoral concluída recentemente. E os dados que o levantamento demonstra estão gerando muito mais incertezas do que certezas no prefeito. Jorge é cauteloso, como deve ser qualquer mandatário em um cargo desta natureza. Ele sabe que o resultado na disputa por sua sucessão definirá o seu próprio futuro político e eleitoral. Seja em 2026 ou em outros projetos.