Sábado, Janeiro 25, 2025
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Por que todos os catarinenses têm de pagar pela milionária iluminação da ponte de Florianópolis?

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Que a Ponte Hercílio Luz em Florianópolis é um dos grandes cartões postais de Santa Catarina e do sul do Brasil, não há dúvidas. E agora é um cartão postal com uma atraente iluminação cênica, inaugurada neste domingo (15) pelo governo do estado. Mas a pergunta é: por que todos os catarinenses devem pagar pela iluminação?

Não é de hoje que os contribuintes de toda Santa Catarina precisam reservar cotidianamente uma parcela de seus impostos apenas para quitar contas da capital do estado. As contas, em sua maioria, são de modalidades de serviços e obras que em outros municípios ficariam ao encargo exclusivo de suas administrações municipais. Pagamos por viadutos, túneis, avenidas, passarelas, enfim, objetos de sonhos e desejos de qualquer cidade de porte urbano ou econômico semelhante, como Joinville, Blumenau ou Itajaí. Pagamos até pela quase bilionária reforma da histórica ponte, que atravessou quase três décadas para ser concluída.

E agora, sem surpresas, dividimos entre nós os R$ 10 milhões investidos nos 7 mil projetores da Hercílio Luz. A inauguração na noite deste domingo (15) contou com a presença do governador Jorginho Melo e do prefeito da capital, Topázio Neto, entre outras autoridades. A iluminação cênica será acionada todas as noites, com as cores temáticas mudando mensalmente. Um espetáculo visual, sem dúvidas.

Com certeza, a execução do projeto milionário é um grande ganho para o estado, mas duvidamos que o mesmo acontecesse em qualquer outro polo turístico do interior, sem que ao menos o município tivesse que apontar sua contrapartida financeira. Apesar de a ponte fazer a ligação entre continente e ilha, sua principal razão de existir não está na mobilidade urbana entre interior e capital, mas na manutenção de sua história e do fortalecimento do turismo. Ponto importante. Assim ocorre com a Ponte de Ferro de Blumenau, a Rua das Palmeiras de Joinville ou algumas linhas férreas no sul do estado, sem o mesmo tratamento.

O discurso sobre prioridades de investimento, no entanto, já vem pronto, pois foi naturalizado dentro das repartições estaduais e nos corredores e trilhas da ilha da magia: “normal, afinal somos a capital”. Sim, é a capital de todos os catarinenses, mas uma capital de porte médio, assim como outras cidades do estado. E esse fator, como a inexistência de uma megalópole, é o que torna Santa Catarina um estado diferente dos demais, com qualidade de vida e um avantajado pib per capita.

Agora é curtir o visual da ponte e esperar as novas contas, como as de manutenção e vigilância da atraente iluminação.

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Arnaldo Zimmermann
Arnaldo Zimmermann é jornalista (Mtb 0005946/SC), com graduação, mestrado e doutorado em Jornalismo. Também possui graduação em Letras e especialização em Administração em Publicidade e Propaganda. É professor universitário desde 2001 e profissional de diversos veículos de comunicação do Vale do Itajaí desde 1985.
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