No último debate do primeiro turno entre os candidatos à prefeitura de Blumenau, estiveram na NSC TV, Ana Paula Lima (PT), Egídio Ferrari (PL), Odair Tramontin (Novo), Ricardo Alba (Podemos) e Rosane Martins (PSol). O confronto entre os candidatos iniciou às 22h05 desta quinta-feira (3) e se estendeu até pouco depois da meia-noite.
De um modo geral, o debate foi morno, com candidatos tensos, como normalmente ocorre nesses confrontos organizados pelas afiliadas da Globo em Santa Catarina, desde os tempos da RBS até a atual. Os dois candidatos que foram mais contundentes nas críticas – o que já era esperado – foram Alba e Tramontin.
Alba, em seu estilo de franco atirador ao longo da campanha, atacou a atual administração o tempo inteiro, atingindo Egídio sempre de raspão. Já Tramontin tabelou a maior parte do debate com o candidato do Podemos, o que lhe deixou em uma posição de coadjuvante nos ataques.
Ana Paula manteve sua linha de paz e amor adotada ao longo da campanha e se ocupou mais de explicar suas propostas. Egídio tentou seguir na mesma linha, mas na maioria das vezes, escapando das leves estocadas dos adversários. Rosane optou pelo nicho. Desde o início focou na causa LGBTQIA+ e contra o negacionismo.
Quando o debate logo iniciou e Ana Paula escolheu Egídio para responder a sua pergunta, imaginávamos que daí poderia surgir aquela “bomba” reveladora na campanha, aproveitando-se do momento de maior audiência do encontro. Nada. Optou pelo simples e seguiu a velha risca de perguntar aquilo que pretendia responder em sua réplica.
E essa foi a tônica do debate de um modo geral. Não houve perguntas constrangedoras, pois cada um preferiu perguntar sobe aquilo que domina, tanto nos momentos de temas livres como nos sorteados pela produção. Até quando Tramontin, em sua primeira pergunta, referiu-se a “bang bang” na administração, imaginou-se que o clima poderia esquentar, mas tudo serviu apenas como uma leve ilustração.
Com exceção de Alba, todos se atrapalharam muito ou demonstraram muita insegurança na primeira metade do debate, ao contrário do que ocorreu no encontro da ND TV no sábado anterior. Ana demorou a se soltar, mas depois conseguiu apresentar com clareza as suas propostas. Rosane não administrou o próprio tempo das perguntas, pois optava por fazer comentários nas suas introduções. Tramontin não conseguiu apresentar algo “novo” em relação aos encontros anteriores. E Egídio, novamente, parecia amarrado, em dúvida se prestava contas do atual governo ou se avançava mais nas suas próprias ideias.
No quesito de propostas, a partir do momento em que todos se estabilizaram no estúdio, Ana Paula conseguiu mais clareza em suas proposições. O mesmo poderia se afirmar quanto a Egídio Ferrari, mas ainda há uma mistura um pouco confusa daquilo que o atual governo está iniciando com o que o candidato propõe. Alba chegou a propor algumas soluções para tudo aquilo que criticava, enquanto Tramontin teve seu melhor momento propositivo quando falou sobre saneamento básico. Já Rosane poderia ter explorado melhor o tema mobilidade urbana, mas claramente lhe faltou experiência nesse tipo de confronto.
Há alguns detalhes técnicos que atrapalham os debates da NSC (e faz tempo). Aquele cronômetro no alto faz com que os candidatos fiquem olhando para cima enquanto falam e controlam seu tempo, esquecendo de olhar firmemente para a câmera. A própria definição das câmeras para cada candidato deixou dúvidas de forma recorrente, transparecendo mais insegurança do que deveria. Até a mediadora não ajudou muito na parte inicial, interferindo entre perguntas e respostas dos candidatos.
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