A polícia civil de Timbó finalizou nesta sexta-feira (10) o inquérito policial que investigou o caso LUNA. A delegacia de polícia da comarca apresentou ao Ministério Público os resultados da investigação sobre a morte da menina de 11 anos que ocorreu no último dia 14 de abril na cidade.
Os investigados, a mãe e o padrasto da menina, foram indiciados pelos crimes feminicídio, previsto nos artigos 121, §2, VI, do Código Penal (CP); de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A, do CP e por tortura, previsto no artigo 1, II, da Lei n. 9.455/97.
Na oportunidade, a autoridade policial representou pela prisão preventiva dos dois indiciados, que se encontram presos desde o mês de abril.
Relembre o crime
A menina Luna Nathieli Bonet Gonçalves, de 11 anos, foi morta em Timbó no dia 14 de abril deste ano. O falecimento foi constatado pelo Hospital OASE, na madrugada daquele dia, após o Corpo de Bombeiros ter socorrido a garota na Rua Cornélios Germer, bairro Imigrantes, em Timbó. A menina estava com diversas lesões aparentes pelo corpo e ainda um sangramento em sua roupa íntima, conforme o relato do hospital à época. Diante da situação suspeita, os profissionais do Hospital acionaram a Polícia Militar, que encaminhou os responsáveis legais da vítima à polícia civil.
Em um primeiro momento, o casal havia afirmado que a criança teria caído de uma escada, após tratar seu gato. Eles contaram que a criança ficou consciente e que jantou, tomou banho e foi dormir. Por volta de meia noite, a menina teria passado mal, quando então foi acionado o Corpo de Bombeiros Militar, segundo a primeira versão do casal.
O caso então saiu do plantão policial e foi para a Delegacia de Polícia de Timbó, onde foi aberto inquérito para investigação a fim de definir a causa da morte, quem foi o autor e sua motivação. Também houve o acionamento de perícias sobre a natureza das lesões e causas da morte e a análise do local do fato.
O Delegado André Beckman, em primeiro lugar, procurou acompanhar pessoalmente o exame necroscópico da vítima. O médico legista evidenciou que a vítima tinha diversas lesões e contusões internas no crânio, baço, pulmão, alças intestinais e laceração na vagina, além de ferimentos externos no rosto, braços, pernas e peito.
Além disso, o perito da polícia científica que realizou o exame na casa da família, constatou que havia marcas de sangue próximo ao quarto da criança, no sofá, em uma toalha, uma fronha e uma calça masculina.
A investigação da polícia civil então considerou que a criança estava machucada demais para quem apenas teria caído da escada, conforme a primeira versão apresentada pela mãe e pelo padrasto da vítima. A conclusão veio após as informações do médico legista, da médica do Hospital Oase e do perito criminal.
No dia seguinte, 15 de abril, a polícia civil cumpriu mandados de prisão temporária contra a mãe e o padrasto. A prisão temporária foi renovada para junho.
A mãe então confessou ter matado a própria filha, a princípio com socos e chutes. Ela alegou que o motivo seria que a menina tinha um relacionamento afetivo e que teria se tornado sexualmente ativa. A mulher disse que não aceitou e por isso agrediu a menina como forma de represália. Mas outros elementos, como a forma que a menina foi morta, começaram a aparecer na investigação, inclusive que ela poderia ter siso morta com um chicote, igual aqueles usados em animais.
Outra filha da mulher, de 6 anos, foi encaminhada ao pai biológico após o crime. O filho de 9 meses do casal ficou aos cuidados do Conselho Tutelar. A menina morta era de um terceiro pai biológico.
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