Daniela Sehnem Blum e Marcello Luciano criaram um cenário para parecer que houve um sequestro da menina Isabelle de Freitas, espancada e assassinada pelo casal em Indaial. As informações são do delegado responsável pelo caso na polícia civil, Filipe Martins. Mãe e padrasto mataram a criança e confessaram à polícia nesta quarta-feira (6).
O corpo de Isabelle foi encontrado nesta quarta-feira (6) em uma região de mata na Rua Nossa Senhora Aparecida, bairro João Paulo II, próximo à BR-470. Após espancar a menina até a morte, o casal colocou o corpo em uma mala para levá-lo até o local em que iriam enterrá-lo (veja o vídeo abaixo). O padrasto mostrou o local onde enterrou a menina. Ele mesmo cavou a cova rasa à mão, segundo o delegado Filipe Martins.
A morte da menina de apenas 3 anos de idade teria acontecido na segunda-feira (4), mas o corpo só foi encontrado pela polícia civil nesta quarta-feira (6). A investigação descobriu que o padrasto chegou a chamar um carro de serviço por aplicativo para parecer que o veículo tivesse levado a menina, mas foi descoberto que a criança nunca entrou no carro e que tudo não passava de uma armação dos autores do crime.
Durante as investigações, que ocorreram somente ao longo da quarta-feira (6), a polícia civil ouviu 12 pessoas como testemunhas. Sobre o morador que vivia com eles, o delegado diz que por enquanto não há indícios de que houvesse a participação dele no crime.
O pai da menina está preso por tráfico de drogas. O padrasto era vendedor ambulante e vendia doces. A mãe não tinha ocupação profissional
As agressões
O delegado Filipe Martins tomou conhecimento de que as agressões do casal contra a criança eram frequentes e os dois costumavam bater na menina. A mãe chegou a dizer inicialmente que quem agredia era apenas o padrasto, mas a própria família afirmou ao delegado que ela era muito agressiva com a filha. Segundo Martins, sobre esse aspecto, ainda é preciso amadurecer a investigação, já que o inquérito existe há apenas um dia.
A promotoria de justiça afirma que “já houve denúncias da família no conselho tutelar”, mas ainda não há informações apuradas sobre os desdobramentos dessas denúncias anteriores. Como o casal mudou para Indaial recentemente, aproximadamente na virada do ano, isso também teria atrapalhado o acompanhamento dos órgãos fiscalizadores da infância e juventude, segundo as autoridades presentes na coletiva de imprensa que aconteceu nesta quinta-feira (7) em Blumenau.
O padrasto disse que estava dando um “corretivo” na criança e por isso ela acabou morrendo. A polícia científica ainda aguarda o laudo final para saber exatamente quais foram as lesões que causaram a morte da menina.
Segundo a polícia científica, foram encontradas marcas de sangue na sala, cozinha, banheiro. O casal tentou lavar o sangue e ocultar o crime.
Prisão
A Justiça decretou a prisão temporária do casal na noite desta quarta-feira (6). Os dois foram encaminhados ao presídio e se encontram à disposição do Judiciário, já que a prisão tem validade de 30 dias e pode ser renovada por mais 30.