A polícia civil deflagrou a Operação Caixa Paralelo, para apurar desvios de mais de R$ 2,2 milhões das contas bancárias de um posto de combustíveis no bairro Garcia, em Blumenau. A ação, deflagrada por policiais do Departamento de Investigações Criminais (DIC) e do 1º e 2º DP, aconteceu na manhã desta terça-feira (11).
Em junho do ano passado, a proprietária do posto procurou a Delegacia de Furtos e Roubos, relatando que seu gerente administrativo se negava a prestar contas da administração da empresa durante o período em que ela se manteve afastada para cuidar dos pais enfermos. Diante da suspeita, a mulher contratou um perito contábil, que identificou inúmeras transferências bancárias realizadas pelo gerente em benefício próprio e dos seus familiares, como mãe, namorada e irmã, além do pagamento de boletos de faculdade e lojas.
O valor somado ultrapassa os R$ 2,2 milhões, funcionando como uma espécie de caixa contábil paralelo, já que todas as transações eram lançadas sem lastro fiscal com a empresa. A investigação também apontou a participação do ex-marido da proprietária do posto no desvio.
Após a Justiça acatar os pedidos do Ministério Público, os policiais fizeram buscas e apreensões domiciliares, sequestro de imóveis e veículos, além do bloqueio de constas bancárias contra cinco pessoas físicas e duas pessoas jurídicas identificadas como beneficiárias do esquema. Na lista de bens sequestrados estão um terreno no bairro Garcia, um apartamento de alto padrão no bairro da Velha, um carro Audi Q5, além de contas bancárias.

Durante as buscas foi apreendida uma certa quantia em dinheiro na casa do ex-gerente, além de diversos dispositivos eletrônicos e documentos. Na residência da namorada do ex-gerente foram apreendidas diversas folhas de cheque do posto de combustível, que a vítima sequer havia dado falta.
O inquérito policial apura os crimes de furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e localizar outros bens adquiridos com a infração criminosa, explica o delegado Bruno Fernando.