Hoje, 1º de dezembro, é comemorado o Dia Mundial de Combate ao HIV/Aids. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é celebrada anualmente desde 1988 no Brasil, um ano após a Assembleia Mundial de Saúde que fixou a data de comemoração. O objetivo é alertar toda a sociedade sobre essa doença.
Segundo levantamento da Dive/SC, houve uma queda no número de diagnósticos de infecções por HIV em Santa Catarina entre os anos de 2019 e 2020. Em 2019 foram diagnosticados 2.169 casos contra 1.618 em 2020. Nos dois anos, os homens aparecem entre os mais infectados e a faixa etária mais acometida é de pessoas com idade entre 20 e 29 anos, seguido daqueles com 30 a 39 anos.
Com relação aos casos de Aids também houve redução entre 2019 e 2020. Em 2019 foram diagnosticados 1.236 casos e 884 em 2020, sendo também os homens os mais acometidos. A faixa etária com mais diagnósticos está entre 30 e 39 anos, seguido daqueles com idade entre 40 e 49 anos. Os heterossexuais estão entre os que mais adoecem.
A redução no número de diagnósticos, avalia a gerente de IST, HIV/Aids, pode ter relação com a pandemia, quando menos pessoas procuraram os serviços de saúde. “É importante que as pessoas façam o teste contra o HIV, ou seja, procurem os postos de saúde espontaneamente e vejam se são portadores ou não dessa infecção. Sabendo se é portador você tem tratamento e o tratamento é gratuito e imediato”, finaliza.
Dados nacionais
Em todo o Brasil, foram 11.880 casos diagnosticados com Aids em 2020 contra 37.308 em 2019. Ao mesmo tempo, foram 10.565 óbitos por Aids em 2020 contra 11.222 óbitos no ano anterior. Os dados são do Ministério da Saúde.
Dados de Blumenau
De janeiro a novembro de 2021, Blumenau registrou 139 novos casos de infecção por HIV. A maior incidência de infecções pelo vírus na cidade é em jovens e adultos jovens, segundo dados da Secretaria da Saúde municipal.
Dezembro vermelho
O mês de dezembro é marcado por uma causa de extrema importância, a luta contra o HIV/Aids, sendo o dia 1º o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids), doença que já matou milhões de pessoas no mundo, principalmente nos anos de 1980 e 1990, quando ainda era pouco conhecida, hoje pode ser evitada com o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento. Além disso, nos serviços de saúde estão disponíveis gratuitamente diferentes formas de prevenção à infecção.
A gerente de IST, HIV/Aids e Doenças Infecciosas Crônicas da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), a médica infectologista Regina Valim, lembra que há exatos 40 anos eram diagnosticados os primeiros casos de Aids no mundo. “Desde então, vimos muitos avanços científicos que hoje permitem que uma pessoa com HIV viva normalmente, sem desenvolver a Aids. No entanto, para que isso ocorra, o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento são essenciais”, explica a médica.
Recomenda-se que todas as pessoas sexualmente ativas realizem regularmente testes para a detecção do HIV. Existem testes rápidos feitos sem a necessidade de estrutura laboratorial. Eles são práticos, feitos com uma gota de sangue e o resultado sai em, no máximo, 30 minutos. Com o resultado do teste em mãos, caso a pessoa esteja infectada, o tratamento é iniciado imediatamente, sem custo algum para o paciente. “A pessoa que adere corretamente ao tratamento com a ingestão de medicamentos, não desenvolve a Aids, fica com a carga viral indetectável e não transmite o HIV para outras pessoas”, ressalta Valim.
Outras formas de prevenção
A camisinha ainda é o método mais acessível e eficaz para a prevenção do HIV e deve ser utilizada em todas as relações sexuais. Camisinhas femininas e masculinas estão disponíveis gratuitamente nos serviços de saúde para toda a população.
Além desse método, outros dois também podem ser utilizados na prevenção à infecção: a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP); e a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP). A PrEP é indicada para pessoas com parceiros soropositivos, por exemplo, e consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que o HIV infecte o organismo, antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus. A PEP é indicada para aqueles que passaram por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha, por exemplo, e consiste no uso de medicamento em até 72 horas após a exposição, devendo ser continuado por 28 dias.
Todos os métodos são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).