Domingo, Outubro 6, 2024
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Mesmo com sinais de melhora na economia brasileira, percepção do público é de piora, segundo pesquisa

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A percepção do brasileiro sobre a economia e o poder de compra da população se mantém com maiores índices negativos do que positivos, segundo a última pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). Mesmo com os indicadores nacionais se apresentando como positivos nos últimos meses em relação a inflação, superávit das contas públicas e geração de empregos, esses números parecem ainda não ter afetado o sentimento da maioria da população em relação ao governo federal.

Segundo a pesquisa, para 38% dos entrevistados, a economia no Brasil piorou nos últimos 12 meses. Para 32%, ficou do mesmo jeito. Já para 27%, a economia melhorou. Houve uma estabilização dos números em relação ao último levantamento, em fevereiro, mas uma piora quando comparada a junho de 2023, quando apenas 26% avaliavam negativamente a economia, contra 32% de percepção positiva e 38% acreditando estar igual ao período anterior.

Por outro lado, em dados recentes divulgados pelo Banco Central, o momento econômico não é de piora, já que o mercado financeiro reduziu a previsão de inflação para este ano no patamar de 3,72% contra os 5,79% aferidos em 2022 e 10,06% em 2021. Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter crescimento em 2%, tanto em 2024, como em 2025, segundo o boletim Focus. As contas públicas tiveram superávit de R$ 1,2 bilhão em março. Já no quesito emprego, o Brasil gerou 719.033 novas vagas nos primeiros três meses de 2024, segundo dados do Novo Caged.

Mesmo que os números oficiais estejam em leve melhora, parte da população ainda não percebe essas mudanças em seu cotidiano, principalmente durante as visitas aos supermercados ou no pagamento das contas mensais. Segundo o cientista político Felipe Nunes, diretor de Pesquisas da Quaest, em entrevista à Globo News, esse fenômeno, mais comum em assuntos políticos, normalmente ocorre em função da chamada “dissonância cognitiva”, em que o indivíduo evita absorver informações que possam destoar de suas convicções políticas ou ideológicas.

Uma das evidências na pesquisa a respeito da afirmação de Nunes, é o fato de que a avaliação da economia é disparadamente positiva entre eleitores do presidente Lula em 2022 e quase que absolutamente negativa entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação positiva sobre a economia nos últimos 12 meses entre eleitores de Lula está na casa dos 48% (veja no quadro abaixo), enquanto 69% dos eleitores de Bolsonaro avaliam o estágio atual da economia de forma negativa.

Na avaliação geral do governo, as avaliações positiva e negativa caíram para o mesmo patamar de 33% cada uma, enquanto 31% consideram o governo regular. Houve uma queda de 2 pontos na avaliação positiva, 1 ponto na negativa, e aumento de 3 pontos na regular, comparada a fevereiro deste ano.

Em recortes regionais, houve aumento da percepção positiva do governo no sul do país, queda no sudeste e estabilização nas demais regiões.

63% acreditam que o presidente Lula não tem conseguido fazer o que prometeu nas eleições, contra 32% que pensam ao contrário, que está cumprindo. Mas um dado que talvez alente um pouco a equipe de governo, é que 48% dos entrevistados têm a expectativa de que a economia do país melhore nos próximos 12 meses, contra 30% que acredita que irá piorar e 19% que pensa que ficará tudo igual.

O levantamento encomendado pela Genial Investimentos ouviu 2.045 pessoas, em 120 municípios, entre os dias 2 e 6 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa completa está aqui.

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Arnaldo Zimmermann
Arnaldo Zimmermann é jornalista (Mtb 0005946/SC), com graduação, mestrado e doutorado em Jornalismo. Também possui graduação em Letras e especialização em Administração em Publicidade e Propaganda. É professor universitário desde 2001 e profissional de diversos veículos de comunicação do Vale do Itajaí desde 1985.
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