A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE), emitiu nesta sexta-feira, 25, um alerta sobre o aumento nos casos de coqueluche no estado. Em 2024, já foram confirmados 106 casos, um crescimento expressivo em comparação aos dois registros do ano passado.
A faixa etária mais afetada é a de crianças com menos de um ano de idade, somando 38 confirmações.
Os casos confirmados se concentram nas regiões da Foz do Rio Itajaí (29), Médio Vale (20), bem como na Grande Florianópolis (21). De acordo com João Augusto Brancher Fuck, diretor da Vigilância Epidemiológica Estadual, o aumento segue uma tendência mundial e em julho deste ano a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs) já havia emitido um alerta sobre o tema.
“A coqueluche é uma doença sazonal e que apresenta aumento cíclico de casos, sem um fator explícito conhecido, situação esta que pode estar colaborando com o identificado, juntamente com a baixa cobertura vacinal, a sensibilização da vigilância e a melhoria do diagnóstico laboratorial com a implantação do exame PCR pelo pelo Laboratório Central de Saúde Pública. Lembramos que foram vários anos com a cobertura vacinal abaixo da recomendada, e isso pode contribuir para esse cenário”, explica o diretor.
Mesmo com o resgate das coberturas vacinais do Calendário Básico de Vacinação no Estado, a vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, está em 88,87% de cobertura acumulada até outubro de 2024 em Santa Catarina. No ano de 2023, a cobertura vacinal chegou a 91,47%. A meta anual é de 95% de imunização.
A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os seis meses de idade, e a vacinação é a principal forma de controle. O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível nos postos de saúde pelo estado. Em 2014, foi implantada a vacina dTpa para gestantes, que tem como objetivo passar anticorpos para proteger o bebê até que ele complete o esquema vacinal da pentavalente.
“Esta vacina é feita também na gestante, porque o bebê vacinado só alcança a proteção efetiva após concluir o esquema primário com a vacina pentavalente, aos 6 meses. Então, a vacinação da gestante tem o objetivo de proteger a criança até um ano. Precisamos avançar na vacinação de todas as pessoas com indicação da vacina, considerando que muitos países vêm registrando aumento de casos em 2024, e a vacinação continua sendo a melhor estratégia para combater a doença”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE.
Veja o esquema vacinal:
VACINAS | PÚBLICO ALVO |
Vacina pentavalente: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B | Crianças: 1ª dose (2 meses) 2ª dose (4 meses) 3ª dose (6 meses) |
Vacina DTP: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis) | Reforço(15 meses) Reforço (4 anos) |
Vacina dTpa: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis) | Gestantes (Gestantes em cada nova gravidez) Profissionais de saúde (A cada 10 anos) |
Sinais e sintomas
A coqueluche é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar.
No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:
- Mal-estar geral
- Corrimento nasal
- Tosse seca
- Febre baixa
Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer:
- Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
- Tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
- Crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo
Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Na suspeita da doença, procure um serviço de saúde mais próximo de sua residência.