Blumenau já registrou 5 casos de febre maculosa em 2023, entre os 18 ocorridos em Santa Catarina. Tanto no município como em todo o estado, os quadros dos pacientes foram de menor gravidade, não resultando em mortes.
Após a morte recente de quatro pessoas pela febre em de São Paulo, a atenção para os riscos da doença chegou também ao nosso estado. A febre maculosa é uma doença transmitida pela picada do carrapato infectado com a bactéria do gênero Rickettsia. A transmissão acontece quando o animal infectado fica aderido ao corpo da pessoa ou também pela penetração das bactérias em lesões de pele, através do esmagamento do carrapato.
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), duas espécies da bactéria estão associadas aos quadros clínicos da doença:
– Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste;
-Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves.
Santa Catarina registrou 41 casos de febre maculosa em 2022. Em 2023, já são 18 casos confirmados até o momento nos seguintes municípios:
- 5 em Blumenau
- 2 em Jaraguá do Sul
- 1 em Benedito Novo
- 1 em Rio dos Cedros
- 1 em Grão Pará
- 1 em Corupá
- 1 em Canelinha
- 1 em Joinville
- 1 em São Bento do Sul
- 1 em Urussanga
- 1 em Luiz Alves
- 1 em Massaranduba
- 1 em Orleans.
A doença e os riscos
A doença da febre maculosa não é transmitida de pessoa para pessoa, mas pela picada do carrapato. Para prevenção, deve-se evitar estar em locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
Segundo a DIVE/SC, caso visite regiões com maior risco, deve-se:
– Usar roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro;
– Usar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
– Evitar andar em locais com grama ou vegetação alta;
– Usar repelentes de insetos;
– Verificar se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;
– Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça;
– Não apertar ou esmagar o carrapato, mas puxar com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lavar a área da mordida com álcool ou sabão e água;
– Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, colocar todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos.
Sintomas
Os sintomas da febre maculosa são:
– Febre;
– Cefaleia;
– Mialgia intensa;
– Mal-estar generalizado;
– Náuseas e vômitos;
– Exantema máculo-papular (acometendo principalmente região palmar e plantar);
– Linfadenopatia;
– Escara de inoculação (lesão no local onde o carrapato ficou aderido).
“Os sintomas podem aparecer entre o segundo e o 14º dia de exposição. É sempre importante procurar por atendimento médico ao apresentar sinais e sintomas. O médico vai fazer a avaliação, investigando se a pessoa mora e/ou esteve em local de mata, floresta, fazendas, trilhas ecológicas e se ela pode ter sido picada por um carrapato. Além disso, são realizados exames para confirmar o diagnóstico”, explica Ivânia Folster, gerente de zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (DIVE/SC).
A doença é tratada com um antibiótico específico, receitado pelo médico, após a verificação de que o paciente está contaminado. Mas atenção, não deve haver auto medicação.
Os casos no Brasil: foram 2.059 casos de febre maculosa no país de janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O período de maior transmissão da doença é entre os meses de junho e novembro.
