O corte no orçamento da União para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina para 2025 provocou reações na Câmara de Blumenau. Na sessão desta terça-feira (15), o vereador e presidente da Casa, Ailton de Souza – Ito – (PL) conseguiu aprovar uma moção de repúdio ao presidente Lula sobre a redução orçamentária de R$ 400 milhões. A discussão chegou a ficar ‘acalorada’ durante os pronunciamentos.
De acordo com o texto da moção, o corte “afetará diretamente o Estado de Santa Catarina com o déficit de R$ 400 milhões no orçamento do DNIT, afetando assim as obras de infraestrutura viária do nosso estado”.
O pronunciamento do vereador Ito focou “os buracos” da BR-470, segundo sua avaliação. Ele mostrou imagens de cortes similares ocorridos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, de seu partido, mas lembrou que os valores reduzidos eram menores na época e ainda ocorreram em período de pandemia.
A moção foi aprovada por todos os vereadores presentes, com exceção dos dois petistas, Adriano Pereira e Jean Volpato.
Volpato (PT) rebateu, lembrando que no último ano do governo Bolsonaro, foram investidos R$ 307 milhões nas rodovias federais do estado, enquanto que o governo Lula investiu R$ 927 milhões no ano seguinte, e R$ 905 milhões em 2024, segundo os números levantados pelo próprio vereador. Ele justifica a recomposição orçamentária feita para 2025.
A discussão ficou mais acalorada durante a fala de Adriano Pereira (PT), quando o presidente Ito solicitou que o vereador pudesse se ater ao tema da moção. Pereira rebateu, defendendo os investimentos federais na BR-470, mas alfinetando Ito, por ser defensor de Bolsonaro.
Orçamento
O Congresso Nacional aprovou no dia 20 de março o projeto de lei orçamentária (LOA) de 2025, quando houve a diminuição do valor previsto de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões para obras do DNIT em Santa Catarina. O corte causou manifestações de várias entidades empresariais do estado, como Facisc e Fiesc, entre outras.
Em abril de 2024, o superintendente do DNIT em SC, Alysson Rodrigues, havia afirmado durante reunião na Fiesc, que “R$ 1 bilhão por ano transformaria a situação das rodovias federais em SC em 3 anos”. Quase um ano depois, o presidente da federação, Mario Cezar de Aguiar, afirmou, de forma frustrada, que “a decisão é injusta, dada a relevante contribuição catarinense ao País”.
